• Internet limitada é um problema para o e-commerce brasileiro
Internet limitada é um problema para o e-commerce brasileiro
Recentemente foi aventada a possibilidade de limitação da banda larga na internet. Esse fato foi anunciado pelo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab que o segundo semestre de 2017 já começaria a novidade nada agradável para praticamente todos os setores da economia brasileira, especialmente o e-commerce.
Acreditamos que nem é necessário se alongar no debate de que tal mudança seria “benéfica” para o Brasil e a população, como tentou ventilar o ministro Kassab, afinal, mesmo que as mudanças padrão “primeiro mundo” que Kassab prometeu fossem acontecer (e o histórico diz que não vão) como seria possível implantá-las em tão pouco tempo?
Ou seja, na mente das operadoras e do Governo Federal, o ideal é inverter a ordem adequada das coisas, que seria primeiro investir em infraestrutura para oferecer um serviço decente para depois propor mudanças que realmente soem verdadeiras quando ditas, mas, como sabemos, no Brasil as coisas funcionam de forma diferente.
Em todo caso, não mais nos alongando sobre os motivos gerais sobre o quão prejudicial seria uma internet limitada, vamos focar nas consequências para o e-commerce.
Prejuízo aos empreendedores
Os empreendedores brasileiros, principalmente neste cenário de crise, têm encontrado na internet a maneira ideal de investir mesmo com poucos recursos e um mercado que se mostra imune à crise e que cresce dois dígitos por ano, que é o e-commerce.
Nesse sentido, os empreendedores, especiais personagens da Livre Iniciativa, seriam ainda mais onerados com o aumento do custo do acesso à internet, principalmente os operadores de negócios digitais, como comércio eletrônico, mantenedores de softwares como serviço, empresas de Tecnologia da Informação, serviços on demand, entre outras, que seriam os primeiros e maiores impactados.
Número de usuários pesquisando no e-commerce
Este é um fator óbvio a ser visto neste cenário de limitação: o usuário/cliente deixaria de pesquisar com mais afinco por produtos na internet por conta da limitação na conta mensal de internet.
Ao impor limites em planos outrora ilimitados, os provedores de acesso estarão diminuindo consideravelmente o número de usuários da internet, e consequentemente, os usuários e contratantes de diversos tipos de produtos ou serviços oferecidos na rede mundial.
O e-commerce não está mais protegido pelo compromisso de Inovação e Pesquisa do Estado Federal
A CF determinou que o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação (art. 218). O estado deverá dispensar tratamento prioritário à pesquisa científica e tecnológica (art. 218, parágrafo 1º), porém, o e-commerce já deixou de ser considerado uma inovação há anos e, se isso não for revisto, seria mais um prejuízo para o e-commerce que sairia do radar do governo e seus incentivos para inovação, prejudicando ainda mais o cenário.
Existem muitos outros aspectos pelos quais a limitação da internet é um mal a ser combatido com afinco por todos aqueles que serão prejudicados (a maior parte da população brasileira e suas empresas, especialmente as micro e pequenas), mas, em se tratando de e-commerce, o que quase aconteceu em 2016 – crescimento abaixo dos dois dígitos – com certeza acontecerá em um país em crise e sem internet ilimitada para todos.