O que esperar DO SEO em 2016?

Quem trabalhou forte, aplicando suas técnicas de otimização e acompanhou de perto todas AS atualizações que o Google aplicou nestes últimos 3 anos pode afirmar, com clareza, que este período foi um grande divisor de águas. O ano passado e este, juntos, registraram o maior número de atualizações algorítmicas na história, ocasionando um grande impacto nas pesquisas de todo o mundo. Diversas corporações caíram neste período, acarretando borbulhas de felicidade para muitos concorrentes, que, por sua vez, foram pegos de surpresa com a mudança desse quadro. Mas existem os casos onde essas atualizações consagraram um bom trabalho em seu nicho. Antever essas mudanças não requer nenhum tipo de poder paranormal, e sim, muita leitura e acompanhamento diário a diversos sites e blogs de webmasters. Aproveito a citação para listar alguns que eu acompanho diariamente que poderão ajudar você neste próximo ano.

• www.webmasterworld.com
• www.moz.com/blog

Primeira posição não significa mais cliques orgânicos ou vendas

Já entre em 2016 sabendo disso. Essa informação é antiga, porém, muita gente ainda não conseguiu se conformar ou simplesmente não quer aceitar. Mas os dados estão aí para comprovar e não nos deixar mentir, caso tenha algum projeto que acompanhe a mais de 3 anos com bons posicionamentos, estude seu CTR e você poderá notar uma constante alteração. O quesito principal que interfere diretamente é a intenção DO usuário com a pesquisa, porém, temos outros itens que somados interferem NO CTR, eles são: anúncios pagos, resultados locais, alteração de posicionamento por geo-localização (nem todos os termos se aplicam) resultados de carrossel, notícias, itens relacionados, respostas rápidas, imagens e rich snippets. Todos estes elementos estão competindo com você por visibilidade. O estudo mais recente da Mediative, que avalia e rastreia o movimento dos usuários, mostrou que hoje, diferente de 2005 (quando saiu o primeiro estudo), o caminho que eles percorrem varia muito de pesquisa para pesquisa.

Volume de pesquisas não é mais uma métrica confiável

Antes de investir grandes esforços para otimizar seu site em uma palavra-chave, faça um estudo em seu resultado de pesquisa, avalie se há muitos elementos (como os citados acima) e veja o quanto eles podem te atrapalhar pelo novo espaço que você almeja.

Mas o que eu faço?

O primeiro passo, é mapear os tipos de resultados que aparecem para as palavras-chaves que você está trabalhando. Você pode notar que para determinados termos, a localização do usuário é muito importante, e os posicionamentos dos resultados variam de maneira gritante pela localização do mesmo. Esta variação só acontece quando o Google detecta que para aquele termo de pesquisa é importante a localização ou proximidade dos resultados. Além do exemplo anterior, os resultados das imagens também podem parcialmente roubar a cena ou até mesmo os locais e os anúncios de adwords (dependendo de sua estratégia, se aplica até mesmo um estudo por horários). Identifique eles e crie um planejamento para conseguir brigar nestes espaços. O quanto valeria a pena essa visibilidade? Talvez uma campanha estratégica de Adwords particular valeria a pena, visando um resultado a curto prazo?

Entendendo e mapeando a Intenção

Com o mapeamento dos resultados em mãos, você conseguirá avaliar sua estratégia de maneira mais organizada. Além disso, podemos ir mais afundo no estudo, entendendo a intenção do usuário a partir da pesquisa. Sabemos que o Google entende muito bem disso e que seu estudo sobre a intenção dos usuários e resultados relevantes de suas pesquisas são constantes. Então, confie nos dados que você colher com estas análises. Veja só como como o Google altera seus resultados a partir da intenção do usuário. Na figura a esquerda, utilizei na pesquisa a palavra “chá de hibisco”. Note que os resultados da primeira página são todos relacionados a consumo de conteúdo (informativos). Vale ressaltar que as pesquisas relacionadas (contorno vermelho) não traz nenhuma relação a qualquer termo associado a compra, sendo mais um forte indício que nesta primeira estância de pesquisa, o interesse em comprar é muito baixo (vale frisar que esta conclusão cabe exclusivamente a esta análise, não se aplicando a qualquer outro termo, pois estamos falando de um produto de consumo e isso pode variar sem exceções). Já quando executo a pesquisa “comprar chá de hibisco” (imagem à direita) os resultados são totalmente distintos. Passamos a dividir a atenção dos usuários com anúncios (adwords). 50% dos resultados são e-commerces (contorno verde), 40% conteúdo informativo (contorno vermelho) e 10% vídeo. . Veja só quantas estratégias poderíamos aplicar com este estudo.

Dica

Minha orientação seria não gastar esforços tentando ranquear seu e-commerce para o termo chá de hibisco. Sabemos que não é impossível. Porém, ele pode render grandes trabalhos para pouco retorno ou nenhum, a longo prazo. Caso seu projeto seja focado em conteúdo, estes esforços seriam de grande valia. Para projetos de e-commerce, com duração a curto e médio prazo é bem mais valioso e vantajoso aplicar seus esforços no termo “comprar chá de hibisco”, pois a intenção de compra é muito maior e a chance de tornar este lead um novo cliente de sua loja são gigantes. No caso do termo “chá de hibisco”, uma das estratégias bacanas seria desenvolver um vídeo sobre o produto, explicando como prepara-lo, curiosidades e afins. Uma outra forma interessante e que aumentaria suas chances de chegar no topo, seria desenvolver um blog interno ou externo vinculado a seu e-commerce. Antes de desenvolver o conteúdo desta página, invista seu tempo realizando um levantamento de quais informações os sites da primeira e segunda página dos resultados orgânicos estão utilizando. Tente oferecer algo extra. Mas que seja, de fato, relevante para o usuário. Jamais tente acrescentar conteúdo que não sejam importantes, com o intuito de ter mais texto ou densidade da palavra-chave. Haja com inteligência e expertise.

Respostas diretas

Uma grande tendência na pesquisa é o aumento de respostas diretas. De acordo com um estudo realizado pela Stone Temple Consulting, o Google retornava este tipo de resultado para 35% das pesquisas. E nos últimos 6 meses, foi constatado que este número pulou para 38%.

Grande parte destes resultados são baseados em dados ou domínios públicos, como por exemplo “presidente do brasil”. Se tua estratégia de SEO estiver sendo construída em domínios públicos (.org), minha orientação é que fique de olhos bem abertos em seus insights daqui pra frente. Agora se você tiver um conteúdo exclusivo, patenteado e que possa ajudar o Google a responder as dúvidas dos usuários, as respostas diretas serão uma grande oportunidade para você. Vale ressaltar que 75% delas inclui um link para sua fonte e seu CTR é 2 vezes melhor do que qualquer posicionamento orgânico. Então, deposite grandes esforços.

Informações adicionais

Para conseguir aparecer como uma resposta direta aqui vão algumas dicas:

• Crie um trecho de seu conteúdo que responda exatamente o termo de pesquisa. Certifique-se de incluir a própria questão e sua resposta direta a ela. Saiba que a estrutura de sua resposta é mais importante do que a relevância e autoridade do seu site. Ou seja, você pode conseguir aparecer nas respostas diretas, mesmo tendo uma baixa autoridade em seu site.
• Tenha certeza que seu conteúdo é totalmente único e exclusivo, e que ele forneça informações adicionais que ninguém possua. Isso poderá ser um grande diferencial, não só para aumentar as chances de aparecer na resposta direta, mas sendo uma fonte exclusiva, gerando melhoras em seus posicionamentos.
• Facilite a vida dos motores de busca. Deixe disponível em seu site um link direto para esta página (podendo ser aplicado no rodapé). Não se esquecendo de submeter a página no Search Console na opção Rastreamento>>Buscar como o Google.

Performance

Não é de agora que a performance é um fator de ranqueamento. Ela impacta diretamente na navegação e usabilidade de seu site. O Google não vai querer levar seu usuário para um domínio lento.

Tempo de Rastreamento

Muitas pessoas não sabem, mas os bot’s dos mecanismos de buscas têm um tempo específico para rastrear seu domínio. Então, se ele for um portal de notícias e também for lento, saiba que os bot’s podem não chegar a diretórios mais profundos e demorar mais para indexar suas páginas.

Frequência de Rastreamento

Você sabe qual a frequência que os bot’s passam em seu site? O que vai ditar a frequência que eles irão rastrear seu domínio é a demanda de novas páginas inseridas nele. Quanto maior este fator, melhor será o rastreamento.

Curiosidades

• 40% dos usuários podem abandonar seu site, se o carregamento dele demorar mais do que 4 segundos.
• 1 segundo, em tempo de carregamento, diminui em 7% suas conversões. Isso significa que se o seu projeto é um e-commerce, por conta de 1 segundo, você pode estar perdendo dinheiro.

Monitoramento de Tráfego Orgânico

Agora uma notícia que pode deixar a galera um tanto quanto desesperada. De acordo com Marshal Simmonds (fundador do Grupo Definir Media), quando o Google analytics é incapaz de identificar a origem das visitas, elas são registradas como tráfego direto. No estudo realizado por ele, foi constatado que este número está em constante crescimento. Então, fiquemos atentos a isso em 2016, pois isso pode complicar nossas análises. De acordo com o estudo os casos mais comuns são:

• Visitas provenientes de sites não seguros ou ilícitos
• Tráfego provenientes de pesquisa de imagens
• Tráfego provenientes de links em aplicativos
• Tráfego proveniente do Snapchat e Whatsapp
• Tráfego proveniente de aplicativos

SEO não morrerá

Todo ano há burburinhos questionando se o SEO morre ou não. Pois bem, ele não morrerá, e atualmente, não enxergo nenhuma probabilidade disso ocorrer. Minha simples orientação é que se você ainda trabalha com palavras chaves exatas, neste próximo ano passe a trabalhar com variações de long tail e sinônimos.

A Surpresa – Engajamento do usuário

Acredito, severamente, que o engajamento do usuário é um dos principais fatores de ranqueamento. Enquanto o Google nega essa informação (na minha opinião, não a assumindo), eu e mais uma boa quantidade de pessoas pelo mundo inteiro tenta provar que sim. Basta ter ao menos um pouco de bom senso e lógica. Por tanto, pode ser inteligente você se preparar para o amanhã. Rand Fishkin (fundador do MOZ), apresentou no SMX 2 conceitos que eu, pessoalmente, concordo plenamente e acredito que já esteja funcionando com muito sucesso, compartilhando a mesma opinião que a minha.

Dica

Acredito que devemos nos concentrar e investir nossos esforços em cinco elementos. Eles são:

• CTR

O CTR, com certeza, evidencia uma boa chamada, seja com suas description ou titles bem trabalhados. Eles sempre serão fatores de ranqueamento. Minha orientação é que você esqueça o Google (farei um artigo especificamente falando sobre isso) e foque exclusivamente em seu usuário. Aplique um título que chame a atenção e reserve o espaço da description para desenvolver um conteúdo baseado na intenção do usuário. Ou seja, perca um bom tempo fazendo o levantamento das palavras chaves que são relevantes para aquela página, mapeia a intenção dos usuários a partir delas e tente desenvolver um conteúdo que possa alcançar parte ou todas elas.

• Engajamento

Será que os usuários estão encontrando o que realmente procuram em sua página? E o conteúdo dela, está sendo realmente consumido por completo? Os usuários ao acessar seu site, por uma determinada palavra-chave, não encontram o que procuram e voltam para o Google para ou refinar sua pesquisa ou acessar o seu concorrente? Ou até mesmo vão embora em 1 ou 2 segundos? Se você não sabe ou não tem certeza destas respostas, ainda dá tempo de correr. A maneira como os usuários se envolvem e consomem seu conteúdo e principalmente navegam em seu site, irá influenciar nos teus posicionamentos. Vou listar alguns pontos para você avaliar:

• Conteúdo – O conteúdo de seu site atende e supri as necessidades ou dúvidas dos usuários? Será que ele pode ser melhorado? É difícil, mas todo esforço depositado com mudanças neste campo serão muito bem recompensados.
• Velocidade e performance – Se preocupe o quanto antes com eles, pois também afeta o engajamento dos usuários.
• UX – Perca todo tempo necessário para testar, não parando de estudar a usabilidade e arquitetura de informação. Questione-se sobre cada elemento! Eu, pessoalmente gosto de dizer que um site precisa ter congruência, onde cada elemento de seu site tem um porquê de estar ali.
• Identidade visual – Existe algum planejamento para desenvolver de maneira impactante e harmoniosa, um vínculo entre sua identidade e seu público alvo? Saiba envolver seu usuário com mensagens subliminares, imagens que causam impacto de alguma forma e dê um passo a frente no engajamento.

Todos os pontos citados acima impactam diretamente na conversão de seu site

Mensagem de alto impacto para analistas e empresários

Esqueça” o Google no seu projeto, entenda que performance, SEO on-page e outros fatores internos, hoje, não passam de obrigação, foque totalmente em seu usuário

Marcelo Vaz

Para muitos, é um tanto quanto polêmico ouvir ou ler isso, ocasionando bons debates. Você notará que de diversas maneiras a minha afirmativa se fará presente de maneira indireta ao longo de sua leitura. Posicionamento por posicionamento não agrega valor, não coloca dinheiro em seu bolso, nem na conta de seu cliente. O item que vai agregar valor depende da ideologia do projeto, podendo ser uma compra, um formulário preenchido, um cadastro de News, consumo de informação, permanência do usuário no site, ou simplesmente visitas. Cada caso é um caso, onde o senso analítico deve ser bem apurado e complexo. Antes de traçar uma estratégia em seu projeto, faça uma boa análise de mercado. Identifique as melhores oportunidades, analisando o site dos concorrentes, localizando pontos negativos e positivos que podem ser aplicadas em seu projeto, tanto no âmbito de arquitetura, como linguagem (abordagem textual), imagens (impacto visual), conversão entre outros. O intuito desse artigo é apenas plantar ou fazer com que você, leitor, possa desenvolver pontos de vista divergentes do que possa estar sendo aplicado atualmente, mostrando o quanto novas ideias podem auxiliar e impactar diretamente suas próximas tomadas de decisões. Citarei, como exemplo, um case da Agência 3xceler.

O Case

Em fevereiro de 2015, a agência 3xceler reformulou um site no ramo de viagens. O cliente tinha como necessidade prioritária uma evolução no seu posicionamento, visando gerar mais visitas e reservas ao negócio. Naquele momento o projeto já tinha posicionamentos medianos (4º/6º posição) para suas principais palavras chaves e sua média de conversão girava em torno de 30 a 35 mês. Após um diverso leque de pesquisas e analises realizados, foi concluído que o projeto necessitária de um novo conceito de identidade visual, passando por um amplo processo de reestruturação. Após 4 meses de desenvolvimento o projeto foi ao ar. Em seu primeiro mês de vida não tivemos mudanças nos quadros de posicionamentos do site, nem mesmo investimentos externos em campanhas, independentemente da plataforma utilizada. E atingimos 214 conversões. O que nós fizemos? Redefinimos nossa linha de planejamento, focando unicamente e exclusivamente em nosso target.