• Vamos falar sobre Black Friday?
Vamos falar sobre Black Friday?
Responsável por gerar grande comoção entre os consumidores brasileiros e de outros países, a Black Friday é um dia que gera diferentes sentimentos. Muitos se entregam aos tentadores descontos, outros já se posicionam desconfiados com a data. Mas, afinal de contas, o que é mesmo Black Friday?
A origem da Black Friday
Black Friday, ou "sexta-feira negra", é uma data tradicional no calendário do comércio nos Estados Unidos em que as lojas abrem mais cedo e oferecem grandes descontos em seus produtos, visando gerar um aumento no volume de vendas. Na terra do Tio Sam, o evento ocorre sempre na sexta-feira depois do "Thanksgiving day" (Dia de ação de graças), um feriado religioso com importância semelhante ao natal. Nesse feriado, as famílias americanas se reúnem em um almoço tradicional e agradecem a Deus pelas conquistas do ano. Como a data sempre cai na última semana de novembro, os consumidores aproveitam a queda nos preços dos produtos para garantir os presentes de natal. E é nessa hora que é possível observar aquelas famosas cenas, onde centenas de pessoas se aglomeram em filas quilométricas, chegando a dormir na porta das lojas. Após ser dada a largada, o clima dentro dos estabelecimentos que participam desse evento se transforma numa verdadeira guerra. Por todos os cantos se vê muito tumulto e correria na disputa pelas melhores ofertas, gerando até brigas pelas últimas unidades dos produtos.
Resultados da Black Friday no Brasil
Como não é difícil de supor, a data é responsável por um forte impacto nas vendas do varejo. E de olho nesses resultados, vários países se apropriaram da data americana, como o Brasil. Em 2010, ocorreu a 1ª edição da Black Friday em território nacional voltada exclusivamente para o e-commerce, movimentando R$ 3 milhões em vendas. Já em 2014, esse valor saltou para a cifra de R$ 1,16 bilhão. A data vem se consolidando como uma importante ferramenta de impacto no comércio, conseguindo driblar até mesmo a forte crise financeira na qual o país se encontra atualmente. Isso porque, segundo pesquisa realizada pela equipe de varejo do Google Brasil, a expectativa para essa Black Friday é de crescimento entre 1,5 a 1,9 bi de reais. Ainda segundo a pesquisa, o setor que recebe a maior intenção de compras, nessa época, é o de telefonia. O valor médio que o consumidor pretende gastar é de R$200,00, sendo que o modo de compra preferido por metade dos entrevistados é o e-commerce.
Mas nem tudo são flores
Junto com o crescimento da movimentação gerada pela Black Friday, aumentou também a insatisfação por parte dos consumidores. Segundo o blog do Reclame Aqui, "A Black Friday Brasil 2014 terminou com mais de 12 mil reclamações feitas pelos consumidores e mais de 1,3 milhão de pessoas acessando o site para registrar queixas e conferir a reputação das empresas". Dentre os motivos de reclamação, o principal é a famosa maquiagem de preços, que consiste em aumentar o valor do produto dias antes da Black Friday, gerando um desconto ilusório e popularizando o trocadilho "Black Fraude".
Entretanto, como é uma prática facilmente rastreável – uma vez que, plataformas de comparação de preços como o Buscapé, Zoom e Já Cotei oferecem um recurso que mostra o histórico do preço do produto -, esse “macete” vem sendo evitado pelos grandes varejistas. Mesmo assim, ainda se encontra esse truque no comércio, o que acaba por propagar a má fama da Black Friday, reforçando piadinhas como "Tudo pela metade do dobro do preço", arranhando a reputação da data.
Outros problemas como a dificuldade na conclusão da compra pelo e-commerce – por conta do congestionamento de usuários – e a quantidade insuficiente de produtos anunciados endossam a desconfiança dos consumidores.
Mas e aí, onde chegamos?
Entre erros e acertos, o fato é que o Brasil ainda está engatinhando, tendo muito a aprender sobre como trabalhar com essa oportunidade. De todo modo, a data vem ganhando representatividade econômica e se estabelecendo como uma tradição para os consumidores. Claro que, como em praticamente todo assunto debatido, sempre aparecem os extremistas. Nesse caso, há aqueles que se posicionam totalmente contra, dizendo ser uma verdadeira enganação. Bem como os devotos fiéis, que glorificam a data e se esbaldam nas compras. E no meio desses dois polos, existe uma imensa faixa de público que não está "nem lá, nem cá". Ou seja, há uma grande oportunidade para o comércio trabalhar honestamente, implementando estratégias de marketing e comunicação, visando persuadir o público e alcançar o sucesso que a Black Friday pode proporcionar.